Depois de bate-boca e palavrões, CPI da Enel esfria, e CEO da empresa evita dar prazo para indenização dos atingidos por apagão

Presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, durante CPI da Enel na Alesp
Presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, durante CPI da Enel na Alesp — Foto: Reprodução/ YouTube Alesp

Após uma oitiva com ânimos acirrados, bate-boca e palavrão na terça-feira com o presidente da Enel em São Paulo, Max Xavier Lins, a “CPI do Apagão” na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) teve um clima mais morno com o CEO da empresa no Brasil, Nicola Cotugno, nesta quinta-feira. Os deputados ficaram sem uma resposta concreta da companhia sobre prazos e respostas em como lidar com eventuais novas crises.

Leia: Chuva deixou ao menos 202 mil endereços sem luz na cidade de São Paulo

A sessão desta quinta-feira progride sem que a Enel tenha se comprometido com uma data para oferecer um plano de indenização aos clientes afetados pela queda de energia no início do mês. Aproximadamente 2,1 milhões de pessoas ficaram no escuro na Região Metropolitana de São Paulo, e parte delas permaneceu dias sem luz na residência.

Já na noite da última quarta-feira, ao menos 202.674 endereços ficaram sem energia elétrica na cidade de São Paulo após a forte chuva que atingiu a capital. O número de residências afetadas foi informado pelo prefeito Ricardo Nunes, em uma publicação feita nas redes sociais por volta das 23h30. Agora, na CPI, o representante da Enel disse que por volta de 80 mil pessoas ainda estavam sem luz nesta manhã.

O líder da bancada do PL, Carlos Cézar, seu correligionário Thiago Auricchio, presidente da CPI, e a relatora da comissão, Carla Morando (PSDB), pressionaram Cotugno por um prazo para os detalhes do ressarcimento, mas não tiveram sucesso.

— As pessoas de baixa renda não têm condição de esperar um mês, dois meses. R$ 100, R$ 200, que é o que elas gastam numa semana com alimentação, aquilo faz uma diferença. Essas pessoas precisam de uma resposta rápida — disse Auricchio.

Cotugno respondeu que a Enel tem se apressado para garantir um plano de indenização, mas que não poderia anunciar uma data sob o risco de não cumprir com o compromisso. Ele diz estar reunindo “milhões de dados”, chamados, marcando reuniões e fazendo investimentos para garantir uma resposta.

— Quando falei “em breve”, é na verdade em breve. Está na prioridade da empresa elaborar e definir esse plano. Se eu falasse que seria em quatro dias, dois dias, não seria correto com vocês — declarou Cotugno.

Em seguida, após pressão dos membros da CPI, o CEO disse esperar que o plano possa ser apresentado até o fim do mês, mas evitou se comprometer com uma data. Mais cedo, ele se desculpou pessoalmente e em nome da empresa pelo apagão:

— Falo com poucas palavras. Eu peço desculpas. A empresa pede desculpas. Todos os funcionários da empresa pedem desculpas. O sofrimento dos nossos clientes é uma coisa que compreendemos totalmente.

Fonte: O Globo

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