Denúncias de tentativa de feminicídio crescem 74% em um ano, diz ministério

O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos divulgou hoje o balanço anual de 2019 da Central de Atendimento à Mulher. Os dados apresentados pelo Ministério mostram que as denúncias de tentativas de feminicídio aumentaram 74% entre 2018 e 2019.

Essas denúncias foram recebidas pelo Disque 180, o canal do Ministério exclusivo para receber denúncias de violência doméstica. O ministério também revelou que, em sua maioria, as vítimas de violência doméstica são mulheres negras. Elas são 55% das denunciantes, somando pretas e pardas. As mulheres brancas vêm em seguida, sendo 37% das vítimas.

As denúncias de violência doméstica e familiar também aumentaram nesse período, mas segundo o Ministério, isso acontece por conta das melhoras e do aumento de canais de denúncias.

Além do Disque 180 e do Disque 100, o Ministério da Mulher possui aplicativos e anunciou que em breve também receberá denúncias pelo WhatsApp. De acordo com o ministério, houve mudanças no registro, o que explica o aumento de 471% de denúncias sobre violência policial ou a redução de 63% no tráfico de mulheres.

As denúncias de violência virtual e obstétrica também sofreram grandes saltos, já que aumentaram 328% e 118%, respectivamente, no período de um ano. O ministério também apresentou dados de 2020 e confirmou que houve aumento de denúncias de violência doméstica durante a pandemia do coronavírus.

O ano começou com um um bom prognóstico. Em janeiro, as denúncias registravam uma queda de 4,5% em comparação com o mesmo mês em 2019. Porém, em abril, quando as medidas de isolamento para conter a disseminação do coronavírus já estavam em vigor, as denúncias aumentaram 35% também na comparação com 2019. A ministra Damares Alves afirmou que o Ministério está trabalhando para diminuir os riscos para as mulheres vítimas de violência.

“No Brasil, os abrigos não chegaram a superlotação, mas se houver necessidade que a gente amplie os espaços de abrigamento de mulheres vítimas de violência, já há uma conversa com o Ministério do Turismo para que a rede hoteleira abrigue essas mulheres”, afirmou.

Do Uol

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