O leilão de concessão da BR-381 entre as cidades mineiras de Belo Horizonte e Governador Valadares, que estava marcado para 6ª feira (24.nov.2023) foi cancelado. Frustrando as expectativas do próprio governo federal e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a licitação não recebeu nenhuma proposta.
As empresas ou consórcios interessados tinham até às 12h desta 3ª feira (21.nov) para entregar envelopes com as ofertas. O projeto previa R$ 10 bilhões a serem aplicados no sistema rodoviário, entre investimentos em obras de duplicação e melhorias e despesas de operação.
Com isso, a rodovia chega à 3ª tentativa fracassada de melhorias. A 1ª foi em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), com uma licitação para obras de duplicação, que não atraiu concorrentes.
Entre 2021 e 2022, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), o governo tentou leiloar a BR-381/MG em um bloco conjunto com a BR-262/ES. O leilão, no entanto, sofreu sucessivos adiamentos e não foi realizado.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) remodelou o projeto, tirou do pacote a problemática BR-262 e reduziu a quantidade de investimentos. Ainda assim, não obteve sucesso.
A estrada é considerada uma das mais perigosas do Brasil e conhecida como “rodovia da morte”. O trecho é marcado por curvas sinuosas e tráfego intenso de veículos pesados, registrando grande número de acidentes anualmente.
Em nota, o governo federal afirmou que continua “determinado em encontrar uma solução para modernizar e adequar a capacidade da BR-381, que, em virtude dos acidentes ocorridos nas últimas décadas, ficou conhecida como ‘rodovia da morte’”.
A nota diz que o Executivo vai buscar um diálogo com o TCU (Tribunal de Contas da União) para criar as condições necessárias para viabilizar o investimento privado.
A expectativa do Ministério dos Transportes é reformular todo o projeto e levá-lo novamente a leilão no 1º semestre de 2024, diz a nota.
Com 304 km de extensão, a BR-381/MG é estratégica no sistema rodoviário mineiro por ligar 2 grandes polos, tendo papel fundamental no escoamento de produtos agrícolas, pecuários, de mineração e industriais que circulam por Minas Gerais e pelo país.
Fonte: Poder360