Com saída de novo grupo de Gaza, operação brasileira chega a 1.477 resgatados

Com a saída do último grupo do Brasil que estava em Gaza – que cruzou a fronteira com o Egito neste domingo e deve embarcar num avião da Força Aérea Brasileira (FAB) amanhã de manhã – o governo brasileiro chegará à marca de 1.477 pessoas resgatadas desde o início do conflito, em 7 de outubro.
Ao todo, já foram concluídos nove voos. O décimo está previsto para chegar em Brasília às 23h30 desta segunda-feira, trazendo 32 pessoas: 24 brasileiros, sete palestinos com residência no país e três parentes. Outras duas pessoas que aguardavam a saída de Gaza desistiram da repatriação neste domingo.
As articulações para a saída da região e a vinda ao Brasil foram intensas e envolveram embaixadores, diplomatas, funcionários de representações consulares, pilotos, comandantes, especialistas em logística, profissionais da área médica e de saúde mental, diz o governo brasileiro.
Ainda no dia 7 de outubro, o Brasil montou um gabinete de crise e acionou as embaixadas do Brasil em Tel Aviv, capital de Israel, do Cairo, capital do Egito e o Escritório de Representação em Ramala, na Palestina, para identificar os brasileiros que estavam na região.
Ao mesmo tempo, a FAB foi mobilizada para garantir a disponibilidade das aeronaves. A operação recebeu o nome de Voltando em Paz e chegará ao número de 1.477 passageiros transportados amanhã: 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana, além de 53 animais domésticos.
No início, por meio de formulário online, cerca de 2,7 mil manifestaram interesse em retornar ao Brasil. Os que não conseguiram acessar voos de companhias aéreas privadas passaram a ser atendidos pela operação, que seguiu requisitos de prioridade para brasileiros sem passagens, não residentes, gestantes, idosos, mulheres e crianças.
O primeiro voo ocorreu ainda no dia 10 de outubro, três dias após o ataque do grupo extremista Hamas a Israel que desencadeou o conflito. No dia, uma aeronave KC-30, um Airbus A330 200 da FAB, decolou da capital israelense, Tel Aviv, com 211 brasileiros.
Para a chegada ao Brasil, o governo montou uma operação de acolhimento com serviços de abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e vacinação. Os indivíduos ficam dois dias hospedados na capital.
Além dos voos de repatriação, duas aeronaves levaram à região do conflito alimentos, insumos médicos e purificadores de água como parte da operação.
Fonte: O Globo