Cinco dias após temporal, São Paulo tem 107 mil endereços sem luz

Cinco dias após o temporal que atingiu a Grande São Paulo, 107 mil clientes da Enel na região metropolitana estão no escuro, informou a empresa nesta terça-feira. Este número inclui também endereços que registraram queda de eletricidade por outros motivos, sem ligação com a chuva de sexta-feira.
Dos locais diretamente afetados pela tempestade da semana passada, e que reclamaram de falta de luz já na sexta-feira, cerca de 30 mil seguem sem energia. De acordo com a concessionária, isso representa 1,43% dos clientes afetados pelo vendaval.
Segundo a Enel, 3 mil técnicos ainda trabalham para reestabelecer trechos da rede elétrica que foram atingidos.
O apagão começou depois do temporal com ventos de 100 km/h que derrubou árvores e causou estragos em São Paulo. Dois milhões de endereços ficaram sem energia em 24 cidades da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital.
Até a noite desta segunda-feira, faltava eletricidade para meio milhão de clientes da Enel, entre comerciais e residenciais. No início da terça-feira, eram 200 mil no escuro. Em alguns locais, a falta de energia gerou também problemas no abastecimento de água, com a paralisação do funcionamento de bombas.
Depois de cinco dias sem eletricidade, moradores da Zona Sul voltaram a protestar nesta terça-feira, no fim de tarde. Eles bloquearam totalmente a Avenida Giovanni Gronchi, no bairro do Morumbi, e atearam fogo em objetos na via.
O Procon de São Paulo abriu um procedimento para apurar quais medidas foram adotadas pelas concessionárias de energia que atendem a região metropolitana de São Paulo e a Baixada Santista, incluindo a Enel. O Ministério Público de São Paulo vai apurar a conduta da empresa.
Mais cedo, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), cobrou explicações da Enel sobre a quantidade de funcionários disponíveis para realizar o atendimento na cidade. Ele disse que a prefeitura iria reunir as informações sobre o apagão para encaminhá-las à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a deputados federais.
— Como a Enel é uma concessão do governo federal, nós vamos dar aos deputados subsídio para que eles avaliem medidas que possam tomar, como pedido de multa ou cancelamento de contrato — afirmou o prefeito. — Fica latente para mim que a Enel não tinha gente suficiente para dar uma resposta para São Paulo. Não é razoável.
Na segunda-feira, o prefeito foi alvo de críticas depois de indicar que avaliava, junto à Enel, a cobrança de uma taxa dos moradores da cidade para acelerar o processo de aterramento de fios elétricos. Nesta terça-feira, ele voltou atrás e disse que “não vai haver cobrança de absolutamente nada”. Segundo ele, a Prefeitura estuda usar o Fundo Municipal de Iluminação Pública (FUNDIP) para realizar o processo.
Fonte: O Globo