‘Chuva’ de concreto e plataforma arrasada: veja rastro de destruição no primeiro lançamento do Starship, da SpaceX

Nave Starship e a destruição provocada no primeiro lançamento

A SpaceX, empresa do setor aeroespacial comandada pelo bilionário Elon Musk, faz neste sábado (17) o segundo voo de teste não tripulado da nave Starship, que deve pousar humanos na lua nas missões Artemis, da Nasa. Em seu primeiro teste, em abril, o poderoso foguete explodiu sobre o Golfo do México e deixou um rastro de destruição em sua plataforma de lançamento.

Com 33 motores a pouco mais de 20 metros de altura do solo, o foguete explodiu crateras no solo, fez “chover” pedaços enormes de concreto e deixou vigas de sustentação, feitas de metal, completamente retorcidas. Tudo isso pois, para o primeiro voo, a empresa não construiu um sistema de deflexão de chamas, para desviar o fogo e pressão dos gases liberados pelos motores na plataforma de lançamento.

À época, a imprensa local relatou que uma nuvem de poeira pairava sobre a pequena cidade a vários quilômetros de distância da área de lançamento. Fotos do local de lançamento mostram a gigantesca torre de lançamento de pé enquanto o suporte do foguete, que segurava a nave antes da decolagem danificado, mas ainda intacto. Abaixo dela, no entanto, havia uma enorme cratera, mostraram imagens postadas nas redes sociais.

— A força dos motores quando eles aceleraram pode ter quebrado o concreto, em vez de simplesmente erodi-lo — admitiu Musk em sua conta no x (ex-Twitter) logo após o voo.

De acordo com Philip Metzger, cientista da Universidade da Flórida, o foguete é tão poderoso que seu primeiro lançamento criou o equivalente a uma erupção vulcânica na plataforma de lançamento.

Para evitar a destruição total da plataforma — que a empresa pretende reutilizar dezenas de vezes — e mais problemas com os órgãos reguladores americanos, a SpaceX reforçou toda a fundação sob a mesa de lançamento e construiu um sistema de deflexão de chamas resfriado com água.

O equipamento funciona como um “chuveiro de cabeça para baixo”. Consiste em uma placa de aço reforçada que lança milhões de metros cúbicos de água contra os gases expelidos pelos motores. O sistema de dilúvio de água é composto por uma placa de aço perfurada muito espessa que fica diretamente abaixo do foguete e vários jatos de água enormes que o resfriam continuamente com água, mesmo quando é bombardeado com as chamas.

Para a empresa, o primeiro teste foi considerado um sucesso por não ter destruído completamente a área de lançamento. Mas, o foguete não conseguiu ultrapassar a fase de separação dos dois estágios após apresentar diversas falhas.

Seis dos 33 motores Raptor do booster Super Heavy falharam antes e durante a decolagem, além de vazamentos de combustível que provocaram incêndios no compartimento dos motores. O veículo perdeu o controle pouco mais de dois minutos após o início do voo, em uma altitude de cerca de 39 quilômetros.

Após o acionamento do Sistema de Terminação de Voo, o foguete se desintegrou em uma bola de fogo. Os destroços caíram sobre o Golfo do México, enquanto uma nuvem de poeira flutuava sobre um pequeno povoado a vários quilômetros de distância.

Fonte: O Globo