Das mais de 12 mil favelas e comunidades brasileiras, 83,5% estão localizadas em grandes concentrações urbanas, de acordo com dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estruturalmente, 93% dos domicílios são casas, e 2,8%, apartamentos.
O IBGE classifica como concentrações urbanas municípios (ou grupos de municípios) com população acima de 100 mil habitantes e com alto grau de integração entre as cidades. São consideradas grandes concentrações urbanas os arranjos populacionais acima de 750 mil habitantes.
No Rio de Janeiro, 7% dos domicílios (ou 55.570) em favelas são apartamentos, a maior proporção entre as unidades da federação. Em São Paulo, o estado mais populoso do país, somente 0,5% dos domicílios (ou 6.278) em comunidades é de apartamentos.
O serviço de coleta de lixo, recolhido no domicílio ou através de caçambas, atende a 96,7% dos moradores de favelas no país. Nacionalmente, o percentual é um pouco menor, de 91,7%, porque também inclui áreas rurais, que têm menos acesso a esse tipo de atendimento.
Além disso, em 20,7% das residências localizadas em territórios populares, a coleta é feita através de caçambas, enquanto na média do país esse percentual é de 8,6%.
Santa Catarina (99,1%), Paraná (98,7%) e Espírito Santo (98,6%) têm as maiores taxas de coleta de lixo por serviço de limpeza diretamente no domicílio ou em caçamba, enquanto Roraima (84,3%), Alagoas (92,1%) e Maranhão (92,5%) apresentam as menores.
Quase a totalidade (99,9%) dos domicílios possui banheiro e sanitário de uso exclusivo. A média do país para esse indicador era menor, 93,3%, porque também inclui áreas rurais.
Em 2022, 86,4% de todas as residências particulares permanentes ocupadas em comunidades possuíam ligação à rede geral de água e a utilizavam como forma principal de abastecimento.
Os estados com os menores percentuais de casas com rede geral de água potável foram Rondônia (23,3%), Pará (53,6%), Roraima (59,0%) e Amapá (59,6%). Os maiores percentuais são na Bahia (98,1%), Piauí e Rio Grande do Norte (ambos com 97,8%) e Espírito Santo (97,5%).
O número de favelas e comunidades urbanas no Brasil cresceu 95% nos últimos 12 anos. Segundo dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, o país tem 12.348 territórios populares do tipo. Em 2010, existiam 6.329. Atualmente, 16,4 milhões de pessoas vivem nessas áreas, o que equivale a 8,1% da população brasileira.
Em 2010, 11,4 milhões de pessoas residiam em favelas, ou 6% da população do país naquele ano. Esse aumento, de acordo com o IBGE, pode estar ligado ao aprimoramento da coleta na última década.
As comunidades hoje estão distribuídas em 656 municípios, uma expansão que representa um aumento de 103% quando comparado a 2010, período em que 323 cidades tinham comunidades mapeadas.
O Sudeste tem o maior número de comunidades, concentrando 6.060 favelas do país — 48,7% do total. O Centro-Oeste, por outro lado, é a região que tem a menor incidência, com apenas 303 territórios populares do tipo (2,5%).
Fonte: O Globo