Candidatos divergem sobre proposta de privatização

21-01-19- Natal - Caern Entrevista com Jordas Moreira Superintendente em Exercício da CAERN ( CAERN ) foto/adriano abreu/h/selecionadas

Com apresentação da proposta de privatização da Caern pela Fecomércio, a discussão sobre o destino da companhia foi incentivada e motivou a dúvida sobre qual os posicionamentos dos candidatos ao Governo sobre a sugestão da entidade que representa os empresários dos setores do comércio e turismo do Estado. A TRIBUNA DO NORTE procurou os candidatos para saber a opinião deles.

Styvenson Valentim (Podemos) defendeu a privatização. A governadora Fátima Bezerra (PT) disse que é fundamental manter a companhia pública e avançar nas parcerias com o setor privado. Fábio Dantas (Solidariedade) afirmou que em um 1º momento deve haver uma abertura de capital da empresa para só depois a privatização ser discutida.

No documento com a recomendação, a Fecomércio argumentou que a Caern “chega a perder até 65% da água tratada que distribui, operando com uma rede de tubos depreciada e precisando ser mais efetiva na fiscalização das ligações clandestinas”. Apontou também que no contexto da gestão da companhia é necessário mais agilidade nas ações. “Episódios recentes, ocorridos no início de julho, que envolveram o transbordamento de lagoas de estabilização e resultaram em prejuízos para a população, como o caso da lagoa da Rota do Sol, em Natal, demandando quase cinco dias para ser resolvido”, afirmou a Federação do Comércio do documento.

“Vale ressaltar que, com os recursos eventualmente captados no processo de privatização, o Governo poderá sanar alguns dos graves problemas financeiros”, defendeu.
A TRIBUNA DO NORTE ouviu quatro dos candidatos que aparecem nas pesquisas de intenção de votos ou concorrem por partidos com representação no Congresso Nacional.
 
Candidatos
 
A repercussão com candidatos a governador, após a Fecomércio defender a privatização:
 
Fátima Bezerra (PT)

“Investimos R$ 300 milhões em esgotamento e água, alcançando 96,33% de cobertura, reduzindo desperdício (hoje em 51% na distribuição e 40% no faturamento) e tempo de resposta nas emergências. Este ano, mesmo com todos os custos em alta, a Caern reajustou a tarifa em 4,42% em Natal e 0% no interior, onde 120 municípios são deficitários. É fundamental manter a gestão pública na solidariedade entre as cidades e avançar nas parcerias com o setor privado para universalizar os serviços.”
Fábio Dantas (Solidariedade)
 

“A população quer serviços melhores e dentro do nosso plano de governo, vamos dialogar com a sociedade para poder construir um dos melhores mecanismos para atingir o marco regulatório do saneamento. E passa por uma abertura de capital da empresa, assim como a governadora Fátima Bezerra (PT) propôs no início do governo e não levou pra frente. Privatização fica para um segundo plano e uma discussão mais amadurecida. Primeiro, cumprir o marco do saneamento, resgatar os investimentos e daí abrir o capital, captar recursos da inciativa privada, pra que gente possa inserir dentro da Caern, continuar como o Estado sendo o maior acionista.”
Styvenson Valentim (Podemos)

“A Caern deve ser privatizada, segundo um modelo que assegure à população o melhor retorno financeiro possível, melhor prestação de serviço aos consumidores, tudo baseado na segurança jurídica e respeito aos princípios constitucionais. Consoante o entendimento majoritário do Poder Judiciário, os serviços públicos de saneamento básico (abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais) são de interesse local e, portanto, de competência dos Municípios por determinação constitucional. O desperdício é imenso, a empresa chega a perder até 65% da água tratada que distribui, operando com uma rede depreciada, segundo a Fecomércio.”
Clorisa Linhares (PMB)

“Não sou contra a privatização, mas acredito que todos os segmentos devem ser analisados. Com relação aos combustíveis e energia, defendo uma certa cautela. Sobre a carne, é preciso considerar os pontos positivos e negativos para o Estado e, assim, tomar uma decisão. Israel e o Catar são exemplos de países que saíram da miséria em um curto período de tempo, porque souberam aproveitar o que tinham de melhor, ao usar o fundo soberano para investimentos. Acredito que a carne pode ser utilizada como fundo aqui no Estado. No entanto, no momento, é necessário realizar um levantamento sobre as vantagens dessa ação.”
Do Tribuna do Norte

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