Campos Neto lista discussões do Copom e diz que decisão foi técnica

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, durante audiência pública na comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados
O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, durante audiência pública no Congresso

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, listou as discussões que foram realizadas na reunião de 3 e 4 de maio no Copom (Comitê de Política Monetária). Disse que a decisão foi técnica e que todos os argumentos dos 9 integrantes foram levados em consideração.

O discurso foi feito um dia depois de o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Paulo Picchetti, dizer que as declarações feitas em evento em Washington não foram discutidas plenamente entre os integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária).

Campos Neto participou nesta 4ª feira (15.mai.2024) da Conferência Anual do Banco Central, realizada na sede da autoridade monetária, em Brasília. O evento será realizado até 6ª feira (17.mai). Antes do pronunciamento sobre o Copom, ele fez um discurso sobre a conjuntura econômica global e nacional. Clique aqui para acessar a programação.

Leia a íntegra do que foi dito pelo presidente do BC:

Antes de terminar, eu queria fazer um pequeno pronunciamento sobre a nossa última decisão de política monetária para esclarecer alguns pontos.

“Na ata anterior e no comunicado, falamos que o guidance tinha as condicionantes. Na reunião, discutimos as condicionantes. O debate foi sobre a gradação das condicionantes e não sobre a validade dos condicionantes e dos argumentos.

“No cenário externo, olhamos a taxa terminal e o risco do cenário de taxa de juros americana. Entendemos que a taxa terminal tinha piorado, tinha voltado, mas a volta tinha sido bastante pequena.

“No cenário local, discutimos o mercado de trabalho forte e a implicação que isso tinha para a inflação de serviços. Também discutimos o risco da inflação de alimentos ser menos benigna.

“A incerteza política também foi discutida. Continua sendo elevada e gera uma incerteza no preço do petróleo.

“Falamos também sobre as expectativas que estavam piorando, tanto as implícitas quanto o [Boletim] Focus. O Focus, depois de parado por meses, iniciou o movimento com tendência de alta.

“Decidimos, então, reconhecer que a expectativa estava desancorada, e não com reancoragem parcial. O prêmio de risco estava piorando quando olhamos algumas variáveis importantes de prêmio de risco na parte longa da curva, como as NTN-Bs [Notas do Tesouro Nacional Série B].

“Teve uma clara [mudança de] percepção de credibilidade do arcabouço fiscal com possíveis implicações para a política monetária. Isso também foi bastante discutido.

“O entendimento da maioria foi claro de que as mudanças tinham sido relevantes e que deveríamos responder com uma mudança no ritmo do ‘pace’.

“Dentro deste grupo, alguns, inclusive, achavam que tínhamos argumentos para mudar o balanço de risco, como foi explicitado na ata.

“O debate foi centrado em critérios técnicos e todos os argumentos foram levados em consideração. Discutimos a extrema relevância das expectativas no sistema de metas. Discutimos a importância da convergência da inflação para a meta de 3%. Na verdade, um debate de política monetária não deveria nem se falar em centro e banda. Nossa meta é 3% e temos que segui-la”.

Assista (2min43s):

Fonte: Poder360

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