Bolsa Família vira novo seguro-desemprego e cresce em cidades ricas

Com a lenta recuperação da economia, o programa Bolsa Família se tornou uma espécie de seguro-desemprego . Nos últimos seis anos, cidades ricas que perderam vagas — como São Paulo — estão entre as que mais ganharam beneficiários. O seguro-desemprego só é pago por cinco meses. O alvo do Bolsa Família são domicílios em situação de pobreza (com renda mensal entre R$ 89,01 e R$ 178 por pessoa) e que tenham filhos de até 17 anos ou na extrema pobreza. O benefício mais baixo é de R$ 41, e o mais alto, de R$ 89 por integrante da família. Em média, os contemplados recebem R$ 190 por mês.

Levantamento feito pelo jornal O Globo nos dados do Ministério da Cidadania mostra que, entre os 15 municípios com mais de 100 mil habitantes onde houve maior crescimento do Bolsa Família entre 2013 e 2019, 11 têm PIB per capita acima da média nacional. A maioria também tem em comum uma economia direta ou indiretamente ligada à indústria, setor que mais destruiu empregos na crise: quase um milhão de vagas perdidas de 2015 a 2017. E, mesmo depois que a economia voltou a crescer, só recuperou 75 mil.

Municípios afetados pela crise da indústria estão entre os que mais ganharam beneficiários do programa