O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou nesta quarta-feira ser contra um ataque israelense contra instalações nucleares do Irã, como resposta ao lançamento de cerca de 200 mísseis contra Israel na terça-feira. Contudo, o líder americano disse que os isreaelenses devem reagir “de maneira proporcional”, sem dar mais detalhes. Em outra frente, os líderes do G7 condenaram, de forma “inequívoca”, o ataque iraniano, e sinalizaram que devem adotar novas sanções contra Teerã.
Muito antes dos mísseis iranianos cruzarem os céus de Israel, o premier do país, Benjamin Netanyahu, vê instalações nucleares, como a central de Natanz ou a usina de enriquecimento de combustível nuclear de Fordo, como alvos preferenciais de um hipotético ataque ao Irã. Para as lideranças israelenses, esses locais são pontos centrais de um suposto programa para o desenvolvimento de armas nucleares, o que o Irã nega. Mas Biden não parece convencido de que atacar essas instalações seja a melhor ideia neste momento.
— A resposta é não — disse Biden a jornalistas quando questionado se apoiaria um ataque desse tipo. — Os sete (do G7) concordamos que eles têm o direito de responder, mas devem fazê-lo de maneira proporcional.
Falando a jornalistas, antes de embarcar na Base Aérea de Andrews, nos arredores de Washington, Biden afirmou que deve conversar com o premier israelense, Benjamin Netanyahu “relativamente em breve” — a última conversa entre os dois ocorreu no dia 21 de agosto, já em meio a relações cada vez mais tensas entre Netanyahu e o presidente americano. Contudo, Biden afirmou que assessores e integrantes de seu governo estão em contato permanente com Israel, e que “vão discutir o que eles [israelenses] farão”.
Mais cedo, Biden participou de uma reunião com os demais líderes do G7, formado por sete das mais desenvolvidas economias do planeta. Além da condenação aos ataques iranianos, o grupo discutiu como “coordenar uma resposta a este ataque, incluindo novas sanções.
“O Presidente Biden e o G7 condenaram inequivocamente o ataque do Irã contra Israel. O Presidente Biden expressou a total solidariedade e apoio dos Estados Unidos a Israel e seu povo, e reafirmou o firme compromisso dos Estados Unidos com a segurança de Israel”, diz o texto.
Também pela manhã, integrantes do Conselho de Segurança da ONU se reuniram para discutir essa nova etapa no que o secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou de “ciclo repugnante” de violência. Nesta quarta-feira, ele foi declarado “persona non grata” pelo governo de Israel.
— Chegou a hora de pôr fim ao ciclo repugnante de escalada após escalada que está levando o povo do Oriente Médio diretamente para o precipício. Cada escalada serve de pretexto para a próxima e nunca devemos perder de vista o enorme número de vítimas civis do conflito — disse Guterres. — O ciclo mortal de violência ‘olho por olho, dente por dente’ deve acabar.
Fonte: O Globo