Ataque kamikaze: como a Ucrânia adaptou avião civil para explodir fábrica russa; entenda

Ataque na Rússia
Ataque na Rússia — Foto: Reprodução

Imagens impressionantes compartilhadas nesta terça-feira nas redes sociais mostraram um “ataque kamikaze” com avião sem piloto para explodir uma fábrica de drones na Rússia. A investida deixou feridos no complexo industrial na região russa do Tartaristão, a mais de 1.200 km da fronteira com a Ucrânia, e surpreendeu por ter usado uma aeronave civil modificada para uso militar que não foi interceptada em nenhum momento pelos russos.

Segundo especialistas, a aeronave adaptada foi um A-22LS Foxbat, de fabricação ucraniana.O avião é um modelo considerado desportivo ultraleve, com capacidade para dois passageiros, 310 quilos de carga e autonomia de até 929 quilômetros em sua versão original. Mas, o modelo oferece uma série de adicionais e é conhecido por ser extremamente adaptável.

Para atingir a Rússia na guerra, a Ucrânia adaptou a aeronave para voar sozinha, com controle remoto. Segundo a Forbes, os ucranianos carregaram o avião com explosivos, o que justifica a enorme bola de fogo gerada pela explosão no momento do impacto.

De acordo com a revista, engenheiros ucranianos desenvolveram pelo menos 16 tipos diferentes de drones de ataque de longo alcance, que podem ser controlados por satélite e guiados por GPS. A mesma estratégia de adaptação de aeronaves civis já foi estudada pelos Estados Unidos, em 2019, quando um Cessna 206 foi adaptado para virar drone.

“O Cessna controlado remotamente oferece os benefícios de operações não tripuladas sem a complexidade e o custo inicial associado ao desenvolvimento de novos veículos não tripulados,” disse Alok Das, cientista do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos EUA.

Não deveria surpreender ninguém que a Ucrânia aparentemente esteja transformando aviões leves em drones. Lá em 2019, o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos EUA trabalhou com a empresa DZYNE Technologies, com sede na Virgínia, para modificar um Cessna 206 em um drone.

“O Cessna controlado remotamente oferece os benefícios de operações não tripuladas sem a complexidade e o custo inicial associado ao desenvolvimento de novos veículos não tripulados,” disse Alok Das, cientista do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos EUA.

Além de ser barato, mais simples e confiável, aviões comerciais modificados têm a vantagem de não atraírem tanta atenção das tropas inimigas, podendo passar despercebidos pelas autoridades. Em 1987, por exemplo, um adolescente alemão voou com um Cessna 172 até Moscou e pousou na Praça Vermelha. Na época, caças soviéticos demoraram cerca de duas horas para interceptar o voo depois que um operador de radar no solo não registrou o avião como uma ameaça.

A Ucrânia realiza regularmente ataques com drones ou sabotagens contra fábricas, ferrovias ou refinarias em território russo, mas jamais havia atingido alvos tão distantes de suas fronteiras, a cerca de 1,2 mil km.

Fonte: O Globo

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