Área que pegou fogo só poderia ser usada pelo Fla como estacionamento

A área do Centro de Treinamentos (CT) do Flamengo, na zona Oeste do Rio de Janeiro, atingida por um incêndio na manhã desta sexta-feira (8), tinha permissão para funcionar como um estacionamento. Segundo nota divulgada pela Prefeitura do Rio, o local atingido pelas chamas consta como área não edificada no último projeto licenciado, em abril ano passado.

Ainda segundo a Prefeitura, não há registros de novo pedido de licenciamento para uso de dormitórios no Ninho do Urubu. A atual licença do CT tem validade até o dia oito de março deste ano.

O incêndio desta sexta deixou 10 mortos e três feridos. O tenente coronel do Corpo de Bombeiros Douglas Henaut, em entrevista coletiva, falou como estava o ambiente no momento em que chegaram ao local.

“Assim que o Corpo de Bombeiros foi acionado para o evento, se deparou com o local tomado pelas chamas e três vítimas do lado externo, fora já do alojamento. As três vítimas forma atendidas e removidas diretamente para o hospital municipal Lourenço Jorge e o incêndio, paralelamente, combatido e totalmente controlado, debelado, por volta das 6h20 da manhã”.

Dentre os feridos está Cauan Emanuel, de 14 anos, nascido em Fortaleza (CE) e que mora há três anos no Rio de Janeiro. Os outros dois são Francisco Diogo Bento e Jonathan Ventura, ambos de 15 anos. Segundo a secretária municipal de saúde do Rio de Janeiro, Beatriz Busch, o quadro desses jovens ainda inspiram cuidados.

“Eu diria a vocês que em respeito à família, os familiares ainda não se identificaram aqui para nós integralmente, não podemos dar informações mais detalhadas. De fato, são três adolescentes, dois deles em estado instável e um terceiro, que tem um quadro mais grave e está sendo transferido para um outro hospital nosso, o hospital Pedro II, onde dispomos de um centro de tratamento de queimados, especializado para oferecer o tratamento que ele precisa”.

Jonathan Ventura foi o adolescente que teve queimaduras de 3º grau e precisou passar por uma cirurgia assim que chegou ao hospital. De acordo com Felipe Leite, médico que operou o atleta, o estado de saúde do jovem requer muita atenção.

“É um paciente de prognóstico que precisa ter um cuidado maior, precisa ter uma atenção, mas que pode evoluir bem, a gente espera que evolua bem. As queimaduras dele foram queimaduras que podem ser chamadas de grandes queimados, mas não tão extensas quanto imaginávamos, porque tinha muita sujeira, na verdade, muita fuligem. Pegou basicamente, membros superiores, pescoço, o dorso no tórax e face. Isso bate com mais ou menos 30% a 35% de área corporal queimada”.

Entre os mortos, estavam Athila Paixão, Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Pablo Henrique, Jorge Eduardo e Vitor Isaías. Todos moravam no CT do Flamengo e eram atletas da categoria sub-15. Outras quatro mortes estão confirmadas, mas os nomes ainda não foram divulgados.