Após embate, Ceará muda localização de usina que ameaçava “internet” do país

Com um investimento de R$ 3 bilhões em 30 anos, a expectativa é que a usina forneça água para abastecer 700 mil pessoas  -  (crédito: Divulgação)
Com um investimento de R$ 3 bilhões em 30 anos, a expectativa é que a usina forneça água para abastecer 700 mil pessoas - (crédito: Divulgação)

O governo do Ceará mudou a área onde será feita a usina de dessalinização da água do mar. A obra vai afastar cerca de 1 quilômetro do local em que seria originalmente construída, na praia do Futuro, em Fortaleza. A informação foi primeiro divulgada pelo Diário do Nordeste.

A mudança ocorre depois de negociações do governo do estado com o setor de telecomunicações e a Anatel, que não queriam a construção no ponto original devido à proximidade a cabos submarinos que chegam da Europa e dos Estados Unidos — e trazem 99% dos dados de internet ao país, segundo o Ministério das Comunicações.

De acordo com o portal Uol, o processo de negociações envolveu ameaças das telecomunicações de deixarem o local e uma negativa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com relação ao projeto. A situação então teria levado o governador Elmano de Freitas (PT) a assumir a frente do caso e conversar com o setor diretamente.

Em novembro do ano passado, Freitas defendeu a obra no local primeiramente determinado e criticou o setor de telecomunicações ao dizer que as empresas queriam exclusividade da praia do futuro. “O que não é possível é que as empresas donas dos cabos de internet queiram ser donas da praia do Futuro. Isso não é razoável. A praia do Futuro é do povo do Ceará, do povo de Fortaleza”, disse na época.

A solução para acabar a disputa foi dada pelo governo do estado, ao propor a mudança do local da usina, bem como a construção de um centro tecnológico onde ela seria originalmente construída, que poderá ser aproveitado pelas teles para atrair startups e empresas de tecnologia.

Com um investimento de R$ 3 bilhões em 30 anos, a expectativa é que a usina forneça água para abastecer 700 mil pessoas de Fortaleza e também do interior do estado.

O Correio procurou o governo do Ceará e a TelComp — entidade que representa operadoras de telefonia, banda larga e acesso à internet; TV por assinatura e data centers em busca de um posicionamento sobre a mudança, mas ainda não recebeu resposta. Em caso de manifestação, o texto será atualizado.

Fonte: Correio Braziliense

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