Após calorão, ao menos cinco capitais terão queda de mais de 10ºC na temperatura na segunda-feira; veja quais

Cena no centro do Rio de Janeiro, em dia de forte calor.

Após o calor extremo de mais de 40ºC que atingiu 16 estados do país, a previsão é de que a partir da segunda-feira (20) a temperatura caia cerca de 10ºC em ao menos cinco capitais. De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Campo Grande (MS) terão mudança de tempo, com previsão de pancadas de chuva e trovoadas isoladas.

Nesta semana, o estado de São Paulo amanheceu na terça-feira com as maiores temperaturas do Brasil. A capital paulista atingiu a marca de 37,8ºC, quase um recorde histórico. No entanto, a partir de domingo a temperatura cai e a previsão fica em 26°C. Na segunda-feira, o calor diminui ainda mais, ficando entre 23°C e 19ºC, com chances de pancadas de chuva isoladas.

A cidade do Rio de Janeiro segue a mesma tendência. Os 41ºC registrados nesta sexta-feira (17) deve cair para 28°C na segunda. O início da semana carioca será de céu encoberto com chuva.

Belo Horizonte (MG) também começa a próxima semana com máxima de 28°C e mínima de 20ºC. A previsão é de dia nublado com pancadas de chuva e trovoadas.

Curitiba (PR) e Campo Grande (MS) devem registrar uma queda na temperatura de 11ºC e 10ºC, respectivamente. Assim como nas capitais do Sudeste, o tempo deve ficar nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas.

Segundo o Inmet, a partir desta sexta-feira (17), o calor forte, combinado com o aumento do teor de umidade ao longo da atmosfera e ao padrão dos ventos em altos níveis, vai potencializar a ocorrência de temporais localizados, com rajadas de vento e queda de granizo em São Paulo, Triângulo Mineiro e faixa oeste e sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso.

No sábado (18), com a aproximação de uma frente fria pelo litoral da região Sudeste, a chance de temporais, com rajadas de vento, podendo variar entre 80 km/h e 100 km/h, e queda de granizo é grande no sul de Mato Grosso do Sul, São Paulo, sul de Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Já no domingo (19), os temporais podem se espalhar pela área central do país.

Além disso, entre domingo e a próxima segunda-feira (20), a previsão indica a ocorrência de grandes volumes de chuva em São Paulo – especialmente no centro-norte do estado, capital, região metropolitana, faixa litorânea e região do Vale do Paraíba –, sul de Minas Gerais, região da Zona da Mata mineira e no Rio de Janeiro.

Dezesseis estados continuam sob alerta vermelho, de alto risco à saúde, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), por conta da onda de calor. Nesta quinta-feira, mais uma vez os termômetros voltaram a marcar temperaturas próximas ou acima dos 40 graus. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, bateu o recorde do ano, com 40,6 graus registrados na estação de Marambaia, segundo dados preliminares do Inmet. Goiânia também confirmou a expectativa que havia de superar a maior marca de 2023: termômetros chegaram a 39,7 graus — quatro décimos acima do registrado em setembro.

Mas o pior ainda está por vir, dizem os cientistas: haverá agravamento dos extremos climáticos no Brasil à medida que o El Niño avança para o pico de sua atividade, em dezembro. Os especialistas preveem que a seca na Amazônia se aprofundará, além de haver mais calor no Centro-Oeste e Sudeste e fortes chuvas no Sul. Preocupa a situação do Nordeste, já que a estiagem severa é dada como certa na região no início de 2024.

O alerta foi dado nesta quinta-feira no evento “Crise climática e desastres como consequência do El Niño 2023-2024: impactos observados e esperados no Brasil”, que reuniu na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio, alguns dos maiores climatologistas do país.

— A situação está perigosa. A chuva já deveria ter começado na Amazônia Central, mas veio muito fraca. Teremos o prolongamento e acentuação da seca no Norte. Também no Nordeste, já há sinais de que a chuva vai atrasar, e haverá seca. Estamos avisando há meses, o cenário só piora. Os governos já deveriam estar preparados — salientou José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Fonte: O Globo