A pandemia expõe e agrava as desigualdades sociais no planeta

Desde que o mundo é mundo, uns têm mais e outros têm menos, e a parcela dos que têm menos é infinitamente maior. Além de expor e agravar a desigualdade, a crise que mergulhou 2020 em um mundo novo deixou mais claro do que nunca que o fosso também é fundo nos países ricos. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, morrem quatro vezes mais negros do que brancos de Covid-19 não por causa de fatores genéticos, mas devido às piores condições de vida (veja no quadro abaixo).

Entre a população britânica, as fatalidades nas comunidades de imigrantes asiáticos são o dobro da média geral. Os municípios americanos de maioria negra concentram 58% das mortes no país. Dois terços dos hispânicos, como são chamados os descendentes de latino-americanos, ou estão desempregados, ou tiveram a renda drasticamente reduzida. Parte dos 150 000 sem-teto da Califórnia foi acomodada em avenidas com lugares demarcados no chão. Em Paris, o subúrbio de Seine-Saint-Denis, onde um em cada três moradores vive abaixo da linha de pobreza, registrou 62% mais mortes do que o normal para o mês de março. A causa, evidentemente, é o novo coronavírus — lá se encontra o menor número de médicos per capita da França. A reportagem é da revista Veja, já disponível.

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