Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, no ano de 2018, 27,4% das mulheres brasileiras com mais de 16 anos afirmam ter sido vítimas de algum tipo de violência e 37,1% relatam ter sido vítimas de assédio. Dados do Relógios da Violência do Instituto Maria da Penha também dão conta que, a cada dois segundos, uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil. No entanto, em 2019, menos de 7% das ligações recebidas pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 acabaram em denúncias efetivadas (fonte: Sistema de Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos e Atendimentos – SONDHA).
“Um dos principais problemas está na naturalização do desrespeito contra a mulher. Isso também se reflete no ambiente laboral, pois faz com que as mulheres se sintam desencorajadas a reagir ou denunciar os agressores. Mas a ação diante da violência contra a mulher não é só responsabilidade da vítima. Observadores também têm o dever de intervir nesse tipo de situação, para criar uma consciência coletiva sobre respeito e igualdade de gênero”, explica a procuradora Adriane Reis, coordenadora nacional de Promoção da Igualdade e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), do MPT.