Tribunal de Contas recebia suborno para aprovar contratos, diz delação

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo recebia propina da Andrade Gutierrez para aprovar licitações e contratos de obras no Estado. A afirmação consta em delações premiadas de um executivo e de um ex-diretor da empresa. O Tribunal de Contas paulista, formado por sete conselheiros nomeados pelo governador, é o segundo mais importante do país, só atrás do Tribunal de Contas da União.

Segundo um dos depoimentos, a empreiteira pagava cerca de 1% do valor do contrato, em espécie, para Eduardo Bittencourt Carvalho, ex-conselheiro do órgão. Ele chegou a ser afastado, em 2011, depois que o Ministério Público o acusou de enriquecimento ilícito, mas conseguiu uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) e voltou ao cargo, em 2012.

Segundo um dos depoentes, Bittencourt dividia o valor com os outros conselheiros. A exceção era Antonio Claudio Alvarenga. Ou seja, Antonio Roque Citadini, Edgard Camargo Rodrigues, Fulvio Julião Biazzi, Renato Martins Costa e Robson Marinho também participavam de esquema.

Já o outro delator disse que todos os conselheiros, sem exceção, recebiam o dinheiro. O quadro citado se refere aos anos de 1990 até 2012, quando houve mudança na composição. Atualmente, apenas Citadini, Costa e Rodrigues continuam no órgão.

A intenção da Andrade Gutierrez era conseguir aprovação de licitações e contratos principalmente em relação às obras do matrô da capital paulista. As informações são da Folha de S. Paulo. Bittencourt se pronunciou sobre as denúncias e refutou as informações, por meio de seu advogado, Paulo Sérgio Santo André. Os demais ainda não se manifestaram.