Suicídio não é tabu! Precisamos tocar na “ferida”

depressao

Por Maria Emília Duarte, jornalista da equipe Jovem de Comunicação da CNBB

Muito além do que tocar é preciso externar, suicídio é um tema que ninguém de fato quer falar, outros fingem não existir, mas as estatísticas não param de subir… Pasmem, mas enquanto você lê essas linhas pelo menos uma dezena de pessoas se suicidam! Não se assuste, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a cada 40 segundos alguém comete suicídio no mundo. E a realidade brasileira ocupa o oitavo lugar no ranking de países com maior incidência, com 12 mil casos por ano! Convencidos que precisamos tocar na “ferida”?

Muito além do que números estamos falando aqui de VIDAS, e cada uma na sua unicidade e pessoalidade que são ceifadas! Cabem as indagações: quem tem o direito de por fim a vida? O que leva a tal ponto? Cabe ao homem decidir esse tempo?

Recentemente estamos vendo pessoas defendendo a vida e proclamando-a, afinal está na constituição federal o direito à existência desde a sua concepção até a morte natural; está na bíblia que somos chamados a viver para Deus. Entretanto, o que não falamos é que a VIDA para muitos é uma cruz a se carregar, nesse caso precisamos voltar nossos olhares as coisas mundanas e não ignorar a irreversibilidade da morte física.

Desesperança, desespero, desamparo, desilusões, desamor, tudo que tenha o prefixo de negação “des” carrega consigo a perda, se opõe ao significado de vida e plenitude, e pode em muitos casos levar ao suicídio. A juventude sofre maior incidência no comportamento anti vida, afinal a pouca idade traz consigo muitos anseios, muitos medos, inseguranças e por vezes pouca esperança de futuro. Na busca de soluções para os problemas e na falta de ajuda o que muitos jovens encontram é o extermínio.

Para o acompanhador espiritual do Setor Juventude no decanato Nossa Senhora do Amor Divino na Diocese de Petrópolis – RJ, padre André Barbosa, hoje as pessoas não são formadas para a frustração, nossa sociedade, a mídia e principalmente pelas redes sociais nos mostram paraísos e tudo muito fácil, não exibindo o esforço e somente o resultado final, de modo que tudo isso traz um impacto muito grande nas pessoas, e em alguns o suicídio por se sentirem “excluídos” do que é midiatizado.

Nesse sentido por um olhar teológico “se tem a necessidade da evangelização de anunciar os valores, família, religião e fé, que aprendemos no evangelho, que estão perdidos e que dão bases para a vida. Se faz necessário aproximar ao reino de Cristo e tudo o que Ele nos ensinou, afinal temos que saber que as coisas na terra sempre vão ser imperfeitas, nós vamos nos esforçar, trabalhar, lutar para melhorar a nós e a sociedade nos caminhamos para a perfeição que está na eternidade”, acrescenta o sacerdote.

Como uma doença epidemiológica o suicídio tem prevenção, só que para isso é preciso uma maior sensibilização social, pois o comportamento possui determinantes multifatoriais. O psiquiatra Dantieli Freitas Guimarães da Universidade Federal de Uberlândia alerta que existem sinais que auxiliam nesse resguardo. “O suicida emite sinais de alerta, ele adota comportamentos de risco como consumo de álcool e drogas, abandona uma rotina e perde interesse em atividades que antes eram prazerosas a ele. E ainda, vale ressaltar que a depressão é a doença mental que mais está associada ao suicido. Cabe assim a todos nós termos a sensibilidade de perceber a mudança e buscar ajuda daqueles que nos cercam e profissionais para isso”, afirma o médico.

Dever de toda comunidade se atentar a prevenção: é preciso procurar escutar sem expressar juízo de valor e ficar atento aos sinais. Para o padre André Barbosa a realidade dos jovens que cometem o ato poderia ser evitada, por isso um dos pilares que podem dar esse auxílio é a evangelização e orientação cristã a favor da vida.

A medicina considera como um problema de saúde pública e para aprofundar mais no tema a OMS publicou uma cartilha de recomendação para a prevenção do suicídio que pode ser acessada pelo link http://www.who.int/mental_health/media/counsellors_portuguese.pdf

A “ferida” está exposta, cabe a cada um ser coadjuvante no combate ao suicídio. Muitos grupos e sacerdotes realizam esse trabalho, conheça sua realidade e busque ajuda na sua Diocese ou de profissionais competentes ao primeiro sinal. Saia do vale da morte e lute pela vida: é possível prevenir o suicídio!

Além disso, no Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), fundado em 1962 em São Paulo, faz um apoio emocional e preventivo do suicídio. A entidade atende 24 horas por dia no telefone 141, por e-mail ou bate-papo na internet, no endereço www.cvv.org.br

“Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Afinal, Deus tem um plano a favor da vida”. (autor desconhecido)

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