“Se não mudar, no próximo ano vamos começar a investir fora do RN”, diz Afrânio Miranda ao criticar tratamento do Governo Robinson ao setor produtivo

afranioEm entrevista ao Panorama 95 (Rural FM) desta segunda-feira (31), o presidente da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Norte, empresário Afrânio Miranda demonstrou seu descontentamento com o Governo Robinson Faria, pela falta de apoio ao setor produtivo e empresarial. A começar, quando o Governo não consegue estabelecer um calendário de pagamento dentro do prazo previsto. “Na hora que você atrasa o salário dos servidores, com certeza eles são clientes, e na maioria são aposentados ou servidores públicos, e isso prejudica”, pontuou.

Miranda, que é um dos mais respeitados empresários do Estado segue sua entrevista criticando o tratamento dispensado pelo Governo Robinson Faria ao setor produtivo, que de acordo com ele está muito aquém do que seus colegas empresários recebem, por exemplo, em estados como Paraíba, Pernambuco e no Ceará.

Infelizmente nós do setor produtivo desejamos muito ajudar o Governo Robinson, mas estamos sendo deixados de lado, em termos de ideias e de participação no Governo. Tem algumas coisas que a gente já pede desde que Robinson assumiu o Governo, como mudanças de alíquotas de alguns produtos que, na Paraíba, Pernambuco e no Ceará são menores do que aqui, pra gente poder ter maior competitividade”.

Para Afrânio, o governador continua descumprindo uma de suas principais bandeiras de campanha, que foi tornar as empresas potiguares competitivas, até mesmo fora dos limites do Rio Grande do Norte. “O governador dizia no seu discurso de governo, antes de eleito que daria maior competitividade as empresas do RN. Então porque ele não vai nesses estados que citei e verifica quais são os benefícios que tem lá e traz aqui pro Rio Grande do Norte pra que a gente tenha condições de vender mais. A gente vendendo mais e empregando mais, com certeza vamos recolher mais imposto, e ai vai ajudar o Governador inclusive a pagar a folha, que nem isso ele está conseguindo fazer”, destacou Miranda.

O presidente da FCDL parafraseia uma recente declaração dada pelo empresário Flávio Rocha, um dos donos do Grupo Guararapes que deixou entender que o empresário potiguar é convidado, quase que diariamente a investir fora do nosso Estado.

Se não mudar, dentro do RN, no próximo ano vamos começar a investir fora do RN. Porque realmente tem alguns produtos como câmeras digitais, filmadoras, caixas de som não consegue mais vender porque o consumidor compra pela internet ou fora do Estado. Alguns benefícios fiscais que são dados como eletrônicos, eletrodomésticos, bebidas que todas as alíquotas são maiores no RN que fora daqui. É melhor você montar uma empresa fora e vender pra cá que você ganha muito mais. Se ele não quiser dar menor para não dizerem que está beneficiando o empresariado, pelo menos igualar as alíquotas. A gente poderia juntar um grupo de empresários e antecipar ICMS que a gente paga no final do mês e no mês seguinte, porque não antecipar e ajudar o governador a sair desse sufoco que tem aí, que talvez até o 13º não dê pra pagar em Janeiro. Tem que ter um ajuste entre os poderes, Judiciário, Legislativo, Ministério Público, Tribunal de contas, tem que abrir mão de alguma coisa para que o Estado não precise repassar tanto dinheiro como é o repasse desses órgãos. Se a gente não tiver um pacto entre o setor produtivo, Governo do Estado e as outras instituições públicas, a gente não vai sair da crise no RN”, finalizou Afrânio Miranda.

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