Pressa na conclusão da adutora emergencial de Caicó pode ter favorecido surgimento de problemas

Apesar da obra da adutora emergencial ter sido considerada, tanto por engenheiros do DNOCS e da CAERN, como de excelente qualidade, a pressa em que ela foi concluída pode estar contribuindo para o surgimento de alguns problemas técnicos, como o vazamento registrado há cerca de 15 dias, o que provocou sua primeira suspensão do abastecimento. Pelo que o Blog do Marcos Dantas conseguiu apurar, uma Ação Judicial estipulava multa diária de 50 mil reais, caso o DNOCS não concluísse a obra dentro do prazo estipulado pela Justiça.

Com toda a nossa celeridade, nós acompanhando a obra, o DNOCS e a Construtora Certa, houve uma ação judicial do MPF estipulando um prazo, com multa de 50 mil reais para a obra ser concluída. Ai foi que a gente ficou querendo vomitar sangue”, disse Eudes Medeiros, engenheiro da CAERN. Na avaliação dele, o primeiro problema relacionado ao vazamento na tubulação pode ter sido conseqüência da pressa em que a obra foi concluída.

Com a preocupação em concluir a obra dentro do prazo estipulado pela ação judicial, a primeira atitude do DNOCS foi mudar o projeto original da adutora, realizando um traçado alternativo, como explicou Augusto Guerra, engenheiro do DNOCS.

 “Nós fizemos uma alternativa de traçado para podermos concluir no prazo previsto, que era de quatro meses. Por dentro da cidade (Jucurutu) ia ser um transtorno pra todo mundo, e ia demorar muito. Porque você ia ter que fazer várias escavações com explosivos, era sem condições”.

 Para José Procópio de Lucena, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Piancó-Piranhas-Açu, o desvio na rota da adutora pode ter gerado pressão e sobrecarga ao equipamento, por isso a necessidade do DNOCS ter feito novo cálculo do peso da água, alterado com as modificações no projeto.