Presos seguem as próprias regras, dizem agentes penitenciários de 6 Estados

Do UOL – Os recentes massacres de presos no Norte do país jogaram luz sobre a rotina de um grupo que sofre com as condições precárias do sistema carcerário brasileiro: os agentes penitenciários. Ao UOL, oito profissionais de seis Estados relataram uma rotina de medo, insegurança e falta de estrutura para trabalhar. Por temor de represálias, sete deles só aceitaram dar entrevista sob condição de não ter o nome revelado.

O Conselho Nacional de Política Criminal, do Ministério da Justiça, recomenda a média de cinco presos por agente. No entanto, os depoimentos ouvidos pela reportagem mostram que há escassez de carcereiros e superlotação de criminosos, combinação que faz com que os presos não se sujeitem às regras das unidades e a sensação de segurança seja nula.

Segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e de governos estaduais, todas as unidades prisionais citadas neste texto estão superlotadas. Também por essa razão, em vez de servirem para punição e ressocialização de infratores, as unidades prisionais viram locais onde bandidos cometem novos delitos e recrutam mais integrantes para facções criminosas.