Lava-Jato prende presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, por esquema com Sérgio Cabral

Do Globo – Com a ajuda do ex-governador Sérgio Cabral, o presidente afastado da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), Orlando Diniz, desviou, segundo a investigação, ao menos R$ 3 milhões de duas entidades do Sistema “S”, o Sesc e o Senac-RJ, para a Thunder Assessoria Empresarial, firma na qual figura como sócio-administrador. Esta conexão, apontada pela força-tarefa da Operação Calicute, versão da Lava-Jato no Rio, é um dos fundamentos da prisão preventiva de Diniz nesta sexta-feira, ordenada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Os agentes prenderam Diniz na casa do pai do empresário, no Leblon, zona sul do Rio. Eles tiveram dificuldades para entrar no prédio, que não tinha porteiro e demoraram para subir até encontrarem a chave. Eles também fizeram busca e apreensão na sede da Fecomércio. Outros três funcionários ligados à entidade também são alvos de mandados de prisão, entre eles Marcelo Salles, diretor-geral do Senac-RJ e Sesc-RJ; Plínio José Freitas, do corpo técnico do Senac-RJ, e Marcelo Fernando Novaes Moreira. Após a prisão, os policiais levaram Diniz da casa do pai para sua casa, no mesmo bairro, e por coincidência no mesmo prédio de Cabral. Ele foi levado por volta das 8h50m para depor na sede da Polícia Federal.

A operação de hoje foi denominada “Jabuti”, em referência à maneira como eram tratados os indicados por Cabral pelos funcionários da Fecomércio. De acordo com a investigação, Diniz subtraiu o dinheiro das entidades entre 2010 e 2015. Para isso, segundo evidências colhidas pelos procuradores, usou notas fiscais frias emitidas, a pedido de Cabral, por duas empresas: a Dirija Veículos e a Viação Rubanil. Diniz – afastado atualmente do cargo de presidente do Sesc-Rj e Senac-RJ por meio de uma liminar – e os demais suspeitos são acusados de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e de organização criminosa.

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