Fátima: “Senado deu as costas para os trabalhadores”

Durante pronunciamento no Plenário, nesta quarta-feira (12), a senadora Fátima Bezerra afirmou que o Senado, por meio da sua maioria, revelou mais uma vez seu perfil “majoritariamente fisiológico, conservador, submisso e escravocrata”, ao aprovar a reforma trabalhista. A Proposta foi aprovada, ontem, por 50 votos a 26. Segundo a parlamentar, o Senado se ajoelhou, deu as costas para os trabalhadores e abdicou do seu papel constitucional de Casa revisora, fechando os olhos para a vida de milhões de trabalhadores. “A aprovação da reforma trabalhista tal como ela veio da Câmara é voltar aos tempos anteriores à Era Vargas; é voltar realmente aos tempos da escravidão; é voltar à cultura da casa grande e senzala. Simplesmente, na prática, vai retirar, subtrair direitos dos trabalhadores do nosso País”, disse.

Fátima destacou o caráter democrático da manifestação realizada na terça-feira pela senadora, quando paralisaram as atividades do Plenário, na tentativa de barrar a aprovação da reforma trabalhista. “Foi um gesto de resistência cidadã, de resistência democrática; um gesto de protesto político. Mas, infelizmente, as sugestões dos trabalhadores foram deixadas de lado, numa demonstração clara de que essa proposta de reforma trabalhista veio somente para atender o interesse do grande empresariado, que quer aumentar os seus lucros às custas do suor, do sacrifício dos trabalhadores e trabalhadoras, retirando-lhes os seus direitos”, afirmou.

Antes de concluir seu pronunciamento, Fátima indagou ainda aos senadores sobre o compromisso assumido pelo presidente Michel Temer de vetar alguns pontos da proposta e de enviar uma Medida Provisória modificando outros. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia disse que desconhecia tal acordo que a Câmara não analisará medida provisória alterando a reforma trabalhista aprovada. “Senadores fiéis escudeiros de Temer, como fica o acordo de tornar mais leve o golpe contra trabalhadores? Ou já era tudo combinado?”, quer saber a senadora.