Famílias que conquistaram tecnologias sociais conseguem produzir apesar de 5 anos de seca

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O Seapac inicia encontros com famílias que conquistaram as tecnologias sociais de convivência com o Semiárido – cisternas da primeira e segunda água, dos programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2), no Município de Sítio Novo, região Trairi do Rio Grande do Norte. Um dos objetivos é avaliar os efeitos dessas tecnologias e do caráter produtivo na vida das famílias.

Na primeira visita realizada a poucas famílias os técnicos constataram que, apesar da seca de 5 anos seguidos, algumas famílias ainda mantêm o caráter produtivo e estão utilizando a água das cisternas para manter os poucos animais. Mas há alguns ainda conseguem produzir e comercializar produtos, apesar desses 5 anos de seca no Município. Muitas delas não produzem por absoluta falta de água.

Uma das famílias visitadas foi a de seu Manoel Rogério Neto e dona Sueli Ferreira da Silva, no Assentamento Pedra de São Pedro. “Ainda mantemos nossas hortas e plantamos fruteiras, mas agora só pra consumo”, diz o casal. Eles mostram o quintal produtivo, com o cultivo de coentro, cebolinha, pimentão, pimentas, mamão e algumas ervas medicinais. Seu Manoel afirmou que chegou a produzir para comercializar, mas a escassez de água o obrigou a manter a produção só pra consumir. O casal mantém o caráter produtivo (ovelhas), e também cultiva palma para alimentar os animais.

Seu Francisco Avelino de Souza, mais conhecido por Seu Chico Vitorino, também no Assentamento Pedra de São Pedro, ainda mantém a produção para comercializar, mesmo diante da escassez de água. No quintal produtivo ele tem cultiva alface, couve manteiga, cebola, pimentão, tomate cereja, abobrinha, coentro, acerola, caju, banana e ciriguela, além do cultivo de palma.

O caráter produtivo foi a criação de pequenos animais (ovelhas), mas adoeceram e morreram. Um detalhe no quintal de seu Chico Vitorino é que ele faz o reuso de água da lavagem da louça e da roupa para irrigar as fruteiras, no “oitão” da casa. A situação das famílias nessas duas comunidades não é pior por duas razões. Por causa das cisternas e porque lá chega a água da adutora. “Quando chega a água, a gente bota na cisterna”, afirmam.