EDITORIAL: E Caicó, como fica nessa história?

E Caicó, como fica nessa história toda de descaso e atraso de salários? Evidentemente que um noticiário tão negativo como esse, diariamente no rádio, nos blogs, nas redes sociais, traz um prejuízo incalculável para a imagem e o nome da cidade.

Afinal, caicoense que se preza prefere que sua cidade continue sendo conhecida como a Terra da Melhor Carne de Sol, do Melhor Carnaval do Interior do Estado, da Maior Festa Sócio Religiosa do Rio Grande do Norte, dentre outras qualidades, ao invés de continuar sendo a cidade que já teve uma das melhores saúde da região, com quatro hospitais funcionando, e que hoje não consegue sequer manter duas casas de saúde pública, oferecendo serviços dignos, e nem garantir que seus futuros cidadãos venham ao mundo, aqui mesmo em Caicó.

Caicoense que se preza não deseja jamais que sua cidade seja eternizada como a de gestores que não conseguem apresentar, e nem cumprir calendários com datas de pagamento de servidores; de obras que são iniciadas, ao longo dos últimos oito anos, e quase todas elas deixadas no meio do caminho.

É hora de chutar o pau da barraca?

Claro que não. Inclusive é de se estranhar que na hora que Caicó mais está precisando, nossa classe política esteja se espatifando, que figuras importantes que até pouco tempo apoiavam a Gestão Municipal, estejam hoje tirando o corpo de fora, como se não tivessem qualquer responsabilidade na crise que acertou em cheio a cidade em que moramos.

É de estranhar que antigos gestores também não tenham a humildade de vir a público e reconhecer que também tem parte nessa fatura que hoje a população cobra, e com toda razão.

É de se estranhar que a atual administração ainda não tenha tido a humildade de reconhecer que está errando, onde está errando, que pode acertar, e por onde deve começar a tentar os acertos.

É de se estranhar, por exemplo, o silêncio da nossa bancada de deputados, principalmente os filhos da terra e os que aqui tem excelentes votações. Não lemos, nem ouvimos uma palavra sequer de alento, se comprometendo em ajudar Caicó a sair desse cenário nebuloso que está passando.

Talvez seja demais, esperar de quem já esteve no Poder, de quem já dirigiu por décadas hospitais e instituições públicas, e que também espalhou a semente do descaso, uma atitude moral e ética, para com os dias atuais que Caicó vem enfrentando.

O discurso não pode ser com interesses em 2018 e, muito menos 2020. O discurso que toda população deseja, é o do agora. Hoje. Ou nossa classe política se une, ou nossas instituições compromissadas com Caicó se unem, ou a tendência é termos dias mais difíceis ainda.

Blog do Marcos Dantas